Quando eu começo a gostar de alguém, eu faço um trabalho digno de detetive profissional. Tudo isso para saber se vale a pena investir no crush. Coisas como estado civil, gostos e, até mesmo, sexualidade são cruciais para mim. Até porque eu já passei mais de um mês, terrivelmente encantada por um boy magia lindo e gay. Ele sempre foi bastante discreto, só descobri sua sexualidade através do Twitter.
São raras às vezes em que não consigo encontrar o crush em qualquer rede social que seja. Não que queira me gabar por isso, mas, pra ser sincera, sou praticamente uma especialista. Porém, houve um certo caso que quase me fez desisti. Eu tinha o nome, o sobrenome, o endereço e a faculdade do felizardo. Pensei que seria fácil, mas não foi. Poucos resultados de pesquisa traziam milhares de impossibilidades. E só após alguns meses, com um trabalho minucioso estilo C.S.I, ligando pontos como faculdade, curso da faculdade, gostos e possíveis páginas curtidas que consegui finalmente encontrá-lo.
O calculo era simples. O resultado da soma que demorou mais que o esperado.
Ponto 1: Ele gosta de praticar esportes
Ponto 2: Devido ao ponto 1, provavelmente ele deve está ligado a alguma atividade física
Ponto 3: Na faculdade há prática e disputa esportiva
Ponto 4: Cada curso na faculdade tem separadas equipes esportivas
Ponto 5: As equipes esportivas da faculdade costumam ter páginas no Facebook
Ponto 6: Eu sabia o curso dele, portanto, também tinha conhecimento da equipe esportiva do mesmo
Ponto 7: Buscar a página no Facebook, verificar fotos com possíveis marcações, curtidas e comentários e...
BINGO! Sete é mesmo o número da perfeição.
Uma das equipes da Atlética do curso dele havia vencido uma competição. E são nesses momentos de glória que os coelhos costumam sair da cartola. Ele havia comentado a foto exaltando os seus colegas, ao mesmo tempo em que se exaltava ao conhecê-los e fazer parte da panela. Reconhecê-lo não foi nada difícil. O filho da mãe carrega um tom de pele e um sorriso que só ele parece ter. E no fim, percebi que com o nome e o sobrenome que eu tinha no início de tudo, jamais o acharia, já que as suas redes sociais estão assinadas com um apelido e um sobrenome desconhecido por mim. Eu só saberia desse tal sobrenome se roubasse algum documento do indivíduo, mas eu ainda não cheguei a esse ponto (calma, jamais roubarei documentos de alguém).
O mais louco é que depois que tive todo esse trabalho, não senti vontade alguma de vasculhar o seu perfil. Fiquei apenas feliz por ter encontrado. Dizia pra mim mesma "na moral, eu sou sinistra".
Só depois percebi que estava com um pouco de medo de descobrir coisas sobre ele que me decepcionariam. Mas após algum tempo, vasculhei a parada toda.
Fiquei feliz por não encontrar nada decepcionante. Só comprovei que ele é gato, inteligente, fofo, solteiro (ponto mais importante, porque boy comprometido não rola) e hétero. Um verdadeiro pedaço de mal caminho, com todo respeito.
SOCORRO TÔ APAIXONADA! TÔ FERRADAAAAAAA!!!
Só fiquei bolada porque o perfil dele no Instagram é privado. Eu poderia seguir, mas como uma profissional, não posso deixar rastros. Agora, sei mais coisas sobre ele do que ele, talvez, jamais saiba sobre mim. Eu poderia dizer que isso me dá vantagem em uma futura conversa, porque eu conheço os gostos da persona. E não estaria mentindo. Entretanto, o real motivo pelo qual stalkeio os meus crushes é apenas para ter certeza se estou gostando da pessoa certa. Porque, apesar do tempo, o nosso coração será sempre como uma criança: se encanta facilmente e todo cuidado se torna pouco quando a missão é não permitir que ele se machuque.
