sábado, 11 de fevereiro de 2023

Minha fantasia de menina

É difícil voltar a escrever para o blog. Em um certo momento, achei que ninguém mais lia, mas ainda assim, trago um suspiro aos amantes dos clássicos hábitos. Talvez eu esteja um pouco enferrujada, então, não liga se eu falar algo absurdo. Na verdade, acho que às vezes é bem legal falar algo absurdo. Sempre escrevi sobre romances, amores, terrores não correspondidos, e nada mudou: continuo a mesma sonhadora na esperança de um amor real. 
Diferente de quando comecei a escrever, já não sou mais uma adolescente. Dizem que a maturidade muda a forma como pensamos e isto é verdade, mas, na maioria dos casos, só passamos a desacreditar em algumas fantasias. Cresci cercada de filmes como "O Diário da Princesa", "High School Musical", "10 coisas que Odeio em Você", "A Nova Cinderela" e vários outros que exibiam paixões adolescentes mágicas demais para serem verdade. E quando você consome muito conteúdo deste tipo é inevitável pensar em quando vai chegar a sua vez de esbarrar com alguém na rua, ou pensar quando o garoto mais gato da escola vai prestar atenção em você. O mais chato de imaginar coisas assim é que nem sempre elas acontecem. De repente, você percebe que o tempo passou e nada semelhante foi vivido. 

O Diário da Princesa 2. Imagem: reprodução

Por conta de fantasias, gerei traumas internos, principalmente, sobre a sensação de que nunca seria amada. Criei tamanhas expectativas baseadas em roteiros cinematográficos que esqueci que a vida não é um filme e, na terra, não existe este lance de "felizes para sempre". Calma, eu não quero te assustar. Só quero te lembrar que há um mundo de possibilidades e, portanto, não vale a pena basear as suas em algo que alguém descreveu como perfeito. Não espere que, do nada, uma pessoa olhe para você na rua e se apaixone à primeira vista, não que eu não acredite que possa rolar, mas só não espere. Não suponha que em uma viagem você irá conhecer alguém incrível e viverá uma aventura maluca, pode acontecer, só não suponha. Às vezes, você pode se arrumar toda para uma festa ou evento na esperança de que alguém legal te note, mas quando focamos muito nisto e não sai como o esperado, fazemos um momento bacana se transformar em um balde de água fria. Já perdi as contas de quantas vezes gastei 1kg de make para, talvez, desencalhar e só voltei para casa ainda mais frustrada e carente. 

Pela forma como falo, parece pessimismo. É fato que, por algum tempo, deixei de acreditar em romances, mas não descrevo tudo isto para que você também perca a fé, pois eu ainda a tenho. O que eu quero dizer é que não podemos traçar os nossos caminhos em torno da esperança de encontrar a "pessoa ideal". A esperança deve permanecer viva, sim! Mas ela não pode te paralisar. No momento em que você deixar de curtir coisas simples da vida como viajar, ir a uma festa ou passear no shopping com os amigos só porque ninguém olhou para você e se apaixonou em poucos segundos, a esperança passa a ser obsessão. 

Estar solteira não é sinônimo de infelicidade. Como eu sempre digo aqui no BPA, se não conseguimos ser felizes sozinhas, jamais iremos conseguir encontrar felicidade no outro. Eu quero muito namorar, não tenho vergonha de dizer, porém, não posso fazer disto o meu fardo. É algo que quero, mas que não devo perseguir. Não que você tenha que parar de procurar e ter encontros, mas não se mantenha fixada nisto. A inconformação pela solteirice demonstra o desejo de amar e ser amado, mas se a inconformação se transforma em desespero, eis aí uma queda livre. O desespero cega e, diferente do que dizem os romancistas, um amor cego nunca será uma boa opção. 

Portanto, trace seus próprios planos, crie e estude as suas possibilidades. Passe a aproveitar os momentos, liberte-se das fantasias e não faça, jamais, do amor uma forma de perseguição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Hey Amore! Deixe o seu comentário, responderei em breve! Bjxss